terça-feira, 9 de outubro de 2012

9 de outubro de 2012, breathless.


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   Tem sido difícil como nunca ritmar minha respiração. Brasil, São Paulo, Paulista; agente Henrique falando. Mmh, metáforas que mais se parecem com realidade do que a própria figuração.

   Desde que fiquei bêbado, não tenho conseguido ritmar corretamente minha respiração. “Fica tranqüilo. Seu corpo ainda está reagindo contra o álcool. Sua falta de ar vai passar” poxa, e quando vai passar? A vida é tão injusta.. bem quando decido extrapolar, ela me dá uma rasteira. 14 anos tão livres.. hoje eu percebo. Novamente, às vezes, olho para trás e vejo que muito se passou com apenas alguns passos a diante, mas, nessas, nem vale mais a pena parar para contar o tempo. Eu devia agradecer a Deus por estar me deixando escrever tanto com tão pouca tinta. É como um salto de bungee jump; novas amizades me ajudando a sonhar mais alto – poxa, e quão mais alto – enquanto as antigas me mantém com os pés bem firmes ao chão. Puta cara sortudo que sou. Quem sou eu para dizer que os tempos mudaram? Longe de mim, agora, querer adotar este discurso, “É engraçado como o tempo passa, né? | Quando queremos, não, mas passa”. Conseguir ir mais devagar, conseguir me justificar menos.. tão menos, tentar me deixar um pouco menos cobrado; andar apenas por andar, e, então, preciso admitir: estou fazendo para me sentir leve. “Eike, estou preocupada com você”, “Eike, só não se esforce demais”.. acho que estou precisando – mesmo – de uma bombinha. Me sinto tão fraco escrevendo sobre isso, mas, ao mesmo tempo, tão pior por sobrecarregá-los.. “Eike, segue minha respiração” deve estar mais ou menos na hora de me ritmar por mim mesmo. Já se sentiram puxando o ar e se afogando ao mesmo tempo? Acho que, tirando meus avós, sempre fui muito bom em lidar com partidas, embora não agüente pensar neste momento; e é, justamente, deste limiar entre a qualidade e o defeito que nasce meu medo.

   Metáfora: palavra em que a significação natural de algo é substituída por outra, só aplicável por comparação subentendida. Subentendimento é tão ambíguo, né? Agente Henrique desligando. Cê sabe que eu te amo.

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